Amcham C2030: ThoughtWorks fala sobre software e pessoas | Gama de Medeiros

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C2030: software, pessoas e colaboração são segredos de sucesso da ThoughtWorks

Professor Gama
Escrito por Professor Gama em maio 31, 2017
C2030: software, pessoas e colaboração são segredos de sucesso da ThoughtWorks
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As vice-presidentes da ThoughtWorks participaram da segunda etapa do C2030: Transformação das Organizações, promovido pela Amcham Porto Alegre. Confira!

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Amcham C2030: ThoughtWorks fala sobre software e pessoas. | Foto: Giuliano Cecatto

“Já nascemos com um DNA questionador”. A afirmação da vice-presidente da Thoughtworks, Caroline Cintra, deu o tom do painel de abertura do C2030: Transformação das Organizações, na manhã da terça-feira, 30 de maio.

Com o objetivo de discutir como as organizações precisam se moldar para chegarem em 2030, o evento promovido pela American Chamber of Commerce for Brazil (Amcham), aconteceu no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre.

Recentemente listada entre as 10 Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar no Brasil, a ThoughtWorks foi a única empresa a levar executivas mulheres para discutir as transformações dos modelos empresariais no C2030.

Caroline Cintra e Gabriela Guerra abriram o ciclo de palestras falando sobre software, pessoas e colaboração. Segundo elas, ambas são vice-presidentes devido à cultura da empresa de trabalhar em duplas. Continue lendo e confira o que elas disseram.

O DNA Transformador da ThoughtWorks

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A ThoughtWorks foi a única empresa a levar executivas mulheres para discutir as transformações dos modelos empresariais no C2030: Transformações da Empresas. | Foto: Giuliano Cecatto

Quem abriu o ciclo foi Carol Cintra, uma das vice-presidentes da Thoughtworks, ou TW, para os mais íntimos. A executiva iniciou sua fala relatando as transformações do modelo de criação de softwares nos últimos 20 anos.

“A gente já nasceu tentando construir novas formas de fazer software, de um jeito que se consiga corresponder ao mercado. Que se pense no usuário, que pense no cliente.”

Caroline relatou que desde o início, a empresa sempre questionou muito o modelo de produção de softwares. Segundo ela, no início o processo demorava cerca de seis meses, passando por diversas etapas maçantes.

“Isso nos ajudou a já nascer com esse DNA muito forte questionador e buscar novas formas de fazer tecnologia. Também nos incentivou a buscar novas formas de gerir e inovar negócios.”

A executiva salientou a importância do Manifesto para o Desenvolvimento Ágil nessa nova forma de gerir a produção de softwares. Caroline enfatizou que um dos criadores do Manifesto também era thoughtworker.

Os 4 pilares da ThoughtWorks

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A ThoughtWorks trabalha sobre 4 princípios que tratam sobre tecnologia e gestão. | Foto: Giuliano Cecatto

Cintra relatou que a empresa trabalho com base em quatro princípios. São conceitos que tratam sobre tecnologia e de gestão. Confira:

1. Indivíduos e interações mais importantes que processos e ferramentas

Caroline explica que esse princípio força as empresas a encararem o fato de que o profissional é um indivíduo único.

Um sujeito com perfil próprio, com escolhas próprias, com uma maneira pessoal de pensar, de se vestir de interagir, com preferências na forma de trabalho.

“Estar 100%, integralmente, dentro do ambiente de trabalho, liberta a capacidade e produtividade de uma pessoa.”

Cintra explica que a pessoa é posta como sendo mais importante que as ferramentas e os processos da empresa. Segundo ela, reconhecer esses elementos cria um ambiente com times.

Esses times têm objetivos e propósitos. Dessa forma, eles trabalham com autonomia para resolver seus próprios problemas e para liderar iniciativas que são necessárias para atingir os objetivos traçados.

“Na prática, isso acaba gerando um ambiente que tem muita diversidade, baixa hierarquia, e burocracia reduzida.”

Segundo Cintra, essas práticas têm um resultado positivo muito forte. Um exemplo desse princípio levado para a gestão da empresa é a maneira como se pensa a carreira dentro da ThoughtWorks.

Caroline aponta que quando uma pessoa ingressa na empresa, ela não tem um plano de carreira pré-definido. Também não tem passos ou padrões a serem seguidos. Cada um define o seu próprio caminho com a ajuda de outras pessoas.

A vice-presidente diz que a ajuda vem através de colegas, pares, mentoras e coachs. A colaboração se dá via feedback, traçando expectativas que ajudam a pessoa a refletir sobre quais serão os próximos passos da sua jornada.

2. Software em funcionamento mais que documentação abrangente

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Gabriela Guerra, VP da ThoughtWorks Brasil fala sobre colaboratividade. | Foto: Giuliano Cecatto

Gabriela Guerra salientou a importância da colaboratividade. A executiva exemplificou a aplicação desse conceito especialmente nas relações interpessoais durante o processo de construção dos softwares.

Segundo ela, é importante ter um time que trabalhe junto e compreenda cada etapa do processo. A partir disso, é possível obter valiosos feedbacks sobre o que as pessoas querem empreender e consumir.

Destaca também, que é preciso entender o que não interessa para as pessoas. Sobre o produto, o meu serviço, e sobre a empresa. Esse é um princípio muito utilizado na construção dos softwares e também quando se pensa na companhia.

Guerra salientou que a ThoughtWorks valoriza muito mais a cultura prática do que políticas RH.

“A gente tem pouquíssimas políticas de diversidade. Mas isso está fortemente ligado à nossa cultura e a todos os processos. Desde o processo de seleção, ao processo de acompanhamento de carreira. Tudo isso está lá. O papel aceita qualquer coisa. O que a gente acredita é que a gente constrói as coisas no dia a dia”.

Gabriela salientou a importância da flexibilidade para mudar quando for necessário e tornar as coisas menos burocráticas.

Segundo ela, abraçar a mudança ao invés de abrir um protocolo para mudar algo é o que faz a diferença. Essa prática seria válida tanto para a relação com clientes, quanto no que se refere à gestão da TW.

3. Colaboração com cliente mais importante que negociação e contratos

De volta ao microfone, Caroline Guerra abordou a colaboração com os clientes. Ela explica que esse conceito se baseia no fato de que o conhecimento coletivo é sempre maior que o conhecimento de um indivíduo.

A executiva descreve uma perspectiva sobre criação de softwares.

Uma possível maneira de desenvolver software é fazer o seguinte: uma empresa cliente que conhece o seu negócio vai pensar sobre os seus problemas e imaginar uma solução para eles.

Talvez ela documente essa solução de uma forma abrangente. Talvez ela, inclusive, defina um roadmap de prévias durante um ano inteiro. Depois disso, ela procura um provedor de software que implemente essa solução.

Ao final, o sistema vai para o ar. Nessa hora, ele encontra o público de usuários finais. Só agora que foi gerado o valor. Só agora é que a empresa vai ver se o sistema vai sair.

Segundo a VP, esse cenário não faz o melhor uso do conhecimento coletivo. Portanto, ela apresenta uma forma diferente de realizar o mesmo processo.

“A nossa proposta é fazer o seguinte: a gente junta essas pessoas desde o início do projeto. O cliente, o time de desenvolvedores da ThoughtWorks, e através de alguns experimentos em produção, os usuários finais. Essa colaboração é muito poderosa porque ela permite que todo mundo traga o conhecimento que tem, as experiências que têm e , mais do que isso, permite que a gente veja como o sistema realmente está se saindo. Avaliamos o sucesso do sistema, não pelo que a gente imaginou mas pelo que está acontecendo na prática.”

Segundo ela, conforme a TW percebe o que está acontecendo, a empresa vai refinando a solução. Dessa forma se tem a certeza de que o projeto terá mais sucesso ainda.

Por isso que a gente acha que mais importante do que conversar sobre o número de dias que vai levar ou quais são as features pré-definidas para aquele software, são as definições sobre:

• Como iremos colaborar?
• Quem vai representar o cliente?
• Como serão testadas as hipóteses em produção com o usuário final?

4. Responder a mudanças é mais importante que seguir um plano

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VP da ThoughtWorks diz que “o conhecimento coletivo é sempre maior que o conhecimento de um indivíduo.” | Foto: Giuliano Cecatto

“Muitas vezes a gente vê a mudança como algo que tem início, meio e fim. Vou implementar uma mudança na minha empresa, então eu vou começar, eu vou desenvolver e daí acabou a mudança. Isso não existe, a mudança é constante.”

Gabriela Guerra enalteceu a flexibilidade e a capacidade de adaptação em sua fala. Segundo ela, é fundamental entender que a mudança é uma constante e não um processo estanque.

A VP da ThoughtWorks afirma que a mudança é um mindset muito importante para transformar as organizações e pensar disrupções.

Ela lembra que há momentos em que a realidade não corresponde ao que foi planejado. Mas lembra que é preciso repensar o que não deu certo e realizar mudanças.

“Muitas vezes nós queremos mudar a realidade a invés de mudar o plano, que às vezes é o que faz mais sentido.”

Guerra cita o exemplo do aplicativo Waze, que adapta o tempo à rota de destino do usuário, para que a hora de chegada esteja sempre certa.

Ou seja, ele te dá uma previsão inicial, e se adapta ao longo do caminho de acordo com as alterações dos fatores externos percebidas por ele.

“Isso é mais importante do que se agarrar a um planejamento. É ótimo ter planos como guias, mas eles são apenas guias, não são respostas concretas e absolutas. A flexibilidade se torna cada vez mais importante.”

Só sobrevive quem se adapta

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“Só sobrevive quem se adapta”, diz VP da ThoughtWorks | Foto: Giuliano Cecatto

Gabriela destaca que na Thoughtworks há pessoas de diferentes áreas e formações. Cita uma bióloga que trabalha lá e traz conceitos da sua profissão como a adaptabilidade para pensar em gestão.

“Na selva, sobrevive quem se adapta, assim como no mundo dos negócios.”

Ela afirma que mais importante do que tentar prever o que vai acontecer no futuro, é estarmos prontos para nos adaptarmos à realidade que vier. É descobrir como treinar essa adaptabilidade.

“O importante é a forma como a gente enfrenta os desafios que a gente tem para nos tornarmos cada vez mais flexíveis, resilientes e melhores. O que vai resolver os problemas no futuro é a organização que se adapta”

Também palestraram no C2030, Fernando Gama (Sócio da Malb Projetos Disruptivos), Luis Binotto (VP Global do Grupo Andritz) e Daniel Levy (Executivo que tem atuado na Transformação Organizacional de empresas como Natura e BRF).

Quer saber mais sobre o que rolou na segunda etapa do C2030: Transformação das Organizações? Então baixe o nosso aplicativo e confira as novidades!

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Advogado e Empresário. Diretor de Marketing da Agencia Professor Gama

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