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Banco de Sementes pode ser a Segurança Alimentar do mundo em catástrofes e guerras

Professor Gama
Escrito por Professor Gama em maio 22, 2017
Banco de Sementes pode ser a Segurança Alimentar do mundo em catástrofes e guerras
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O maior banco de sementes preserva amostras de espécies vegetais do mundo em caso de apagão global ou guerras. A busca pela segurança alimentar do mundo já começou. Saiba mais.

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Este-Banco-de-Sementes-no-Pólo-Norte-pode-ser-a-garantia-da-Segurança-Alimentar-Mundial

 

Imagine as cenas do filme The Day After Tomorrow (O dia depois de amanhã) acontecendo de verdade.

Na obra cinematográfica, a Terra sofre alterações climáticas que modificam drasticamente a vida da humanidade.

E uma série de desastres gigantescos passam a ocorrer.

Considere agora esta possibilidade para a humanidade.

O que faríamos?

Como sobreviveríamos a uma tragédia de grande magnitude?

Inundações, gelo, tornados, doenças, frio e a fome?

Como iriamos nos alimentar?

Sair do cinema com uma sensação de pavor, mas logo depois encontrar conforto na sua casa e uma coisa.

A outra é nos prepararmos para esta possibilidade.

As mudanças climáticas oriundas do aquecimento global vem nos mostrando o quanto a humanidade é frágil perante os desastres naturais.

E a fome é a sensação mais aterrorizante delas.

E quais as garantias que temos para uma segurança alimentar, caso algum fenômeno maior venha a acontecer?

O que está sendo feito neste sentido?

Banco de sementes Global no Pólo Norte aposta na Segurança Alimentar

Pensando nessa possibilidade, foi criado o  banco de Svalbard,  dotado com a maior coleção de diversidade de culturas do mundo, a instalação de armazenamento de sementes  foi criada para ser à prova de falhas.

Construído em 2008, utilizando uma mina de carvão do Ártico abandonada, ele está localizado no interior de uma montanha em uma ilha remota no arquipélago de Svalbard.

A meio caminho entre a Noruega continental e o Pólo Norte, o banco pretende suportar o teste do tempo, e o desafio de desastres naturais ou aqueles provocados pelo homem.

Com capacidade máxima de 2,5 bilhões de sementes, o banco de sementes pode armazenar 4,5 milhões de variedades de culturas. Cada variedade tem, em média, 500 sementes.

 Atualmente, o banco detém mais de 880.000 amostras, provenientes de quase todos os países do mundo.

Com variedades únicas dos principais alimentos africanos e asiáticos como milho, arroz, trigo, caupi e sorgo para variedades européias e sul-americanas de berinjela, alface, cevada e batata.

O Brasil vem fazendo a sua parte

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O Brasil já enviou para lá, uma coleção nuclear de amostras (grupo limitado de amostras que representam grande parte da variáveis genéticas das espécies vegetais) de diversas variedades de feijão, milho e arroz.

A responsável pelo envio foi a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Foram para o banco 514 amostras. É a segunda remessa enviada a Svalbard.

Em 2012, a instituição  já havia mandado ao banco nórdico 264 amostras de milho e 541 de arroz.

Conforme explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marília Burle.“A ideia é ser o mais variado possível”.

Para salvaguardar o máximo possível de material genético de culturas únicas do mundo, e evitar a duplicação desnecessária, a coleção completa vai levar alguns anos para ser montada.

Isso porque alguns bancos de germoplasma precisam multiplicar os estoques de sementes primeiro.

E outras sementes precisam ser regeneradas antes de serem enviadas para Svalbard.

Em 2015, a  guerra civil em curso na Síria levou pesquisadores do Oriente Médio a retirar algumas sementes para substituir as previamente armazenadas em um banco de genes durante a guerra que destruiu a cidade de Aleppo.

Cerca de 130 caixas contendo 116 mil amostras foram solicitadas pelo Centro Internacional de Pesquisa Agropecuária em Áreas Secas ou ICARDA.

A organização estava previamente sediada em Aleppo, mas mudou-se para Beirute em 2012 devido à guerra.

Backups de coleções de culturas vegetais do mundo

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Em todo o mundo, existem mais de 1.700 bancos de genes com coleções de culturas alimentares para serem mantidas em segurança.

Muitas delas são vulneráveis, expostas não apenas a catástrofes naturais e guerras, mas também a desastres evitáveis, como falta de financiamento ou má gestão.  

Segundo o site da Svalbard, a perda de uma variedade de cultura é tão irreversível como a extinção de um dinossauro, animal ou qualquer forma de vida.

Essa vulnerabilidade dos bancos de germoplasma do mundo, gerou a iniciativa de criar um cofre de sementes global.

A fim de servir como uma unidade de armazenamento de backup, o Vault (cofre) armazena duplicatas (backups) de amostras de sementes das coleções de culturas do mundo.

Marília conta ainda, que o banco também foi construído de forma a resistir a impactos vindos do céu e explosões nucleares.

“O material lá duraria mais do que aqui, com um verão quente.

A ideia é de um backup mesmo, pensando em uma catástrofe em nível mundial”.

Solo especial só encontrado no ártico

Armazenadas sobre um permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico,composto por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) e uma rocha espessa, as amostras de sementes permanecem congeladas mesmo sem alimentação.

São três câmaras de segurança máxima, abertas apenas quatro vezes ao ano.

Nelas, ficam armazenadas as amostras de sementes de alimentos enviadas de todas as partes do mundo.

Para um armazenamento ideal das sementes é necessária uma temperatura de -18ºC.

Elas são seladas em embalagens de folha de três dobras feitas sob encomenda. Os pacotes são selados dentro de caixas e armazenados em prateleiras dentro da abóbada.

Os baixos níveis de temperatura e umidade dentro do banco garantem baixa atividade metabólica, mantendo as sementes viáveis ​​por longos períodos de tempo.

Por isso, o banco detém a coleção mais diversificada de sementes de cultivos alimentícios no mundo.

O foco do banco é salvaguardar tanto o material genético de culturas únicas do mundo quanto possível.

E com isso,  evitar ao mesmo tempo uma duplicação desnecessária.

Será preciso muitos anos para montar tudo, porque alguns bancos de germoplasma precisam multiplicar os estoques de sementes primeiro, e outras sementes precisam ser regeneradas antes de serem enviadas para Svalbard.

Quem financia o banco

O governo norueguês financia o banco de Svalbard,

O outro financiador é o Global Crop Diversity Trust, Uma ONG internacional que subsidia várias ações de genética no Brasil.

A Crop Trust foi fundada em 2004, em Roma, Itália, pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e Bioversity International.

Em nome do consórcio internacional de pesquisa agrícola do CGIAR, a Ong fechou um Acordo de Sede com a Alemanha em Dezembro de 2012, e transferiu-se para Bona, em 2013.

Impactos do aquecimento global e alterações climáticas

Conforme a Trust, as alterações climáticas sobre a produção de alimento são irreversíveis.

As pressões exercidas sobre a capacidade de cultivar os alimentos essenciais serão particularmente graves nos países em desenvolvimento.

Todos os cenários do IPCC mostram que o aquecimento nas próximas décadas ocorrerá independentemente de qualquer ação tomada hoje.

Os mesmos modelos mostram que as condições para a agricultura serão dramaticamente diferentes daqueles que são dominados hoje.

Adaptar a agricultura a estas condições futuras é, portanto, fundamental.

Apólice de seguro para o abastecimento mundial de alimentos

Com a finalidade de abastecer de alimento o mundo no futuro, caso ocorra uma hipotética catástrofe.O banco promete ser o recomeço da agricultura mundial.

O banco é a melhor apólice de seguro para o abastecimento mundial de alimentos, oferecendo opções para as futuras gerações para superar os desafios da mudança climática e do crescimento populacional.

Ele vai garantir, durante séculos, milhões de sementes representando todas as variedades de culturas importantes disponíveis no mundo hoje. É a última cópia de segurança.

Aquecimento global já testa segurança do Banco de sementes

Aquecimento-Global-é-o-responsável-pela-criação-do-Banco-de-Sementes-e-de-uma-possível-crise-alimentar
Aquecimento-Global-é-o-responsável-pela-criação-do-Banco-de-Sementes-e-de-uma-possível-crise-alimentar

 

Projetado para preservar as culturas e plantas do mundo em caso de desastre global, o Banco de Sementes passou por um teste natural.

O derretimento do permafrost na ilha norueguesa de Spitsbergen, onde está localizada a Svalbard Global Seed Vault, penetrou no banco de sementes, levantando questões sobre como a estrutura será capaz de sobreviver no futuro à medida que a Terra continuar aquecendo .

Temperaturas excepcionalmente quentes no inverno causaram chuva, e o permafrost vem derretendo.

“Não estava em nossos planos pensar que o permafrost experimentaria o tempo extremo como aquele,” disse Hege Njaa Aschim, do governo norueguês ao Jornal Inglês The Guardian.

Felizmente, a água não inundou a abóbada.

Só chegou à entrada do túnel, onde ela congelou.

Mas o incidente levantou questões sobre a durabilidade e vulnerabilidade de um banco de sementes que deveria funcionar sem a intervenção das pessoas.

Os gestores de banco estão agora impermeabilizando a instalação e cavando trincheiras para drenar o canal e a água da chuva .

Também estão sendo instaladas bombas no caso de o local inundar novamente.

“Temos que encontrar soluções.

É uma grande responsabilidade e levamos isso muito a sério.

Estamos fazendo isso pelo mundo “, reforça Åsmund Asdal, do Centro de Recursos Genéticos Nórdicos, que opera o local.

“Isto está suposto durar para a eternidade.”

Ficou curioso sobre o Banco de Sementes?

Quer conhecê-lo?

Faça uma visita virtual e tenha uma visão geral daquele que pode garantir a nossa Segurança Alimentar no futuro.

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Advogado e Empresário. Diretor de Marketing da Agencia Professor Gama

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