O estudo mostrou que de 140 nações, o Brasil está muito abaixo de outros países emergentes quando o assunto é a inovação. Saiba mais.

Um dado preocupante mostra que o Brasil pode vir a se tornar irrelevante no quesito inovação. Num estudo que avalia o grau de inovação de 140 nações, o Brasil ocupa a 69ª posição, atrás de todas as grandes economias emergentes, como China, Turquia, México, Índia e África do Sul.

Mesmo o país estando em entre as dez maiores economias do mundo, ainda não conseguiu atingir uma posição de destaque no estudo. Segundo o pesquisador indiano Soumitra Dutta, uma das maiores autoridades do mundo em inovação, o Brasil tem feito muito pouco para mudar esse cenário e está ficando cada vez mais para trás.

Dutta é reitor da escola de negócios da Universidade Cornell, uma das mais renomadas dos Estados Unidos, e responsável por desenvolver o Índice Global de Inovação (GII, em inglês).

O índice é principal indicador que compara o grau do progresso científico e tecnológico entre países. No mês de junho, Dutta virá ao Brasil para o Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em São Paulo. Durante o evento, ele vai lançar a décima edição do ranking.

Para o pesquisador, falta um plano consistente do Governo Federal do Brasil para promover a pesquisa e o desenvolvimento ao longo prazo. “O Brasil nunca teve de fato uma estratégia para a inovação”, diz.

Brasil está caminhando a passos lentos

Em entrevista à revista Exame, Dutta avaliou o desempenho do Brasil no ranking. Segundo ele, o país ocupou a 47ª posição em 2011. Já no ano passado, caiu para a posição 69ª. Isso mostra que a melhoria tem sido lenta e não está acompanhando o progresso de outros países.

Com isso, o Brasil está ficando para trás, e precisa tomar medidas urgentes para se tornar mais competitivo. Se isso não for feito, o mercado de trabalho será o mais prejudicado. Para o pesquisador, o Brasil corre o risco de não ser capaz de competir numa economia global.

Outro aspecto conferido por Dutta, é que o setor de aviação do Brasil é um bom exemplo de inovação que precisa ser aproveitado e expandido. Outra área é a de biotecnologia, no qual o Brasil é forte naturalmente, dado o bom desempenho do agronegócio.

Um setor que é mal aproveitado por aqui, é o de Tecnologia da Informação, que é mais forte no mercado doméstico, o que não significa muita coisa. O pesquisador enfatiza que o Brasil está perdendo muitas oportunidades de inovação, como na área da energia solar, por exemplo.

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