Proposta está sendo elaborada no Congresso. Esta seria uma resposta à ameaça feita por juízes trabalhistas de que não vão cumprir dispositivos contidos na lei trabalhista, que entra em vigor em novembro.

Há rumores de que um projeto de lei está sendo criado para acabar com a Justiça do Trabalho. Com isso, suas atribuições seriam transferidas para a Justiça Federal. A discussão da proposta ganhou força após juízes trabalhistas afirmarem que não vão cumprir dispositivos contidos na lei trabalhista. Eles consideram tais dispositivos inconstitucionais.
O presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia, já havia feito declarações públicas a favor da extinção da Justiça do Trabalho. Maia ainda defendeu o projeto de terceirização para todas as atividades das empresas e a regulamentação da gorjeta, nesse último caso, alvo de indenizações elevadas contra as empresas, segundo o deputado.
A assessoria de Maia afirmou que “não há nenhum projeto, até o momento, em tramitação na Câmara dos Deputados”. Caso seja criada mesmo a proposta, a indicação para relator recairia sobre Rogério Marinho (PSDB-RN), deputado que relatou a Reforma Trabalhista.
Justiça do trabalho tem custo alto
Nos debates realizados sobre a reforma trabalhista, Marinho usou como argumento o alto custo do judiciário trabalhista. Parlamentares apontam que a Justiça Federal pode absorver o quadro trabalhista. Exemplo disso foi o que ocorreu há dez anos com o sistema de fiscalização da Previdência. Na época, os servidores passaram para a Receita Federal, transformada em Super-Receita.
Só em 2015, por exemplo, o custo da Justiça foi de R$ 17 bilhões, conforme informações veiculadas no ano passado. São 1.377 varas e pelo menos um tribunal em cada Estado (exceto Acre, Roraima e Tocantins), além do TST.
Para a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, a proposta, aliada à reforma trabalhista, representa o desmonte do Estado social. Para eles, seria o fim também da fiscalização e da Procuradoria do Trabalho.
Em entrevista recente, a ministra Maria Helena Mallmann, do TST, apontou que a extinção da Justiça do Trabalho pode acontecer também pelo corte orçamentário. Há dois meses, uma juíza revelou em decisão que, em relação a 2016, o corte orçamentário deste ano chegou a 30%, levando à suspensão do pagamento de dívidas da Corte.
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