Governo pretende simplificar concessão de patentes | Gama de Medeiros

Notícias

Governo pretende simplificar processo de concessão de patentes

Professor Gama
Escrito por Professor Gama em outubro 16, 2017
Governo pretende simplificar processo de concessão de patentes
Junte-se a mais de 127.133 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

O objetivo do INPI é reduzir o processo de concessão de patentes de 14 para 3 anos, mas proposta tem recebido críticas, inclusive de empresários. Entenda!

Governo pretende simplificar processo de concessão de patentes
Se for aprovada, a proposta prevê concessão de patentes praticamente automática de todos os pedidos emitidos até dezembro de 2016. (Foto: Reprodução)

Registrar a patente de um produto no Brasil muitas vezes pode se tornar uma verdadeira novela. O prazo para a concessão de uma patente no país pode levar até 14 anos.

Conforme reportagem do jornal O Globo, existem 231 mil pedidos pedidos de concessão de patentes em espera no país. Com o objetivo de alterar esse quadro, o governo federal quer simplificar o processo de análise do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

De acordo com a proposta, deixará de ser considerado o mérito durante a análise de concessão de patentes. O objetivo central da reforma é a redução no tempo de espera para um limite de três a quatro anos. Ou seja, o prazo adotado pela comunidade internacional.

Concessão de patentes simplificada gera discordâncias

Apesar da agilidade que a reforma traria para quem espera pelo registro de sua patente na Justiça, o projeto gerou discordâncias entre servidores do INPI, acadêmicos e até mesmo de empresas.

A proposta esteve aberta à consulta pública durante 30 dias até o final de agosto. As duras críticas quanto ao texto apontam possíveis contestações na Justiça, desestímulo à concorrência e questionamentos na Organização Mundial do Comércio (OMC).

► Leia Também: Senado aprova reforma na Lei de Execução Penal (LEP)

Se for aprovada, a proposta prevê concessão de patentes praticamente automática de todos os pedidos emitidos até dezembro de 2016.

A exceção ficaria para os pedidos relacionados a produtos e processos farmacêuticos e para casos em que o autor solicite expressamente a análise convencional.

Em defesa da reforma, o INPI aponta que mesmo com o recente aumento de sua produtividade, a longo prazo o gargalo nas concessões poderia aumentar consideravelmente.

Segundo estimativa do Instituto, se o ritmo atual de 55 decisões anuais por examinador se mantiver, em 2029 haverá uma fila de 349.080 pedidos.
Uma possível solução seria a realização de novas contratações. O INPI afirma que com uma ampliação no quadro de servidores a fila seria completamente zerada em oito anos.

Contudo, essas contratação teriam um custo de cerca de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. Além disso, mantida essa estimativa, após o nono ano haveria mais de 500 funcionários onerosos, segundo O Globo. Atualmente, o INPI conta com 357 examinadores em seu quadro.

Apesar da negativa do INPI, observadores apontam a mudança como uma tentativa do governo de Michel Temer “buscar uma agenda positiva em meio à crise política”.

A pauta está sendo discutida no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – ao qual o instituto é subordinado – e nas pastas da Fazenda, Planejamento e Casa Civil.

Opiniões divididas sob diferentes perspectivas

A Câmara de Comércio Americana (Amcham) é favorável à medida. Em entrevista ao Globo, Andreia Gomes, presidente do subcomitê de Propriedade Intelectual da Amcham-Rio, diz que a demora na concessão é um entrave ao envio de royalties para o exterior.

Segundo ela, muitas vezes, quando a patente sai a tecnologia já está obsoleta.

► Leia também: Inovação e disrupção dão o tom da Amcham Arena

De outro lado, a gigante da tecnologia Ericsson se opõe à mudança. A empresa acumula cerca de cem pedidos de concessão de patentes internacionais.

As solicitações são originadas de trabalhos de pesquisadores brasileiros. Algumas destas relacionadas à tecnologia 5G.

Para o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ericsson, Edvaldo Santos, essa mudança pode fragilizar o sistema:

— Caso o INPI siga com a ideia de fazer uma concessão simplificada, que ao menos tome como referência o Patent Corporate Treaty (tratado do qual o Brasil é signatário). Com um pedido amparado pelo PCT, uma empresa busca proteção simultânea em vários países. Se a patente já foi aprovada no PCT, a chance de ela não ter problemas é grande, o que evitaria discussões na Justiça.

Entre juristas e empresários que temem a fragilização do processo de concessão de patentes à entidades empresariais que defendem o enxugamento da máquina pública, só há um consenso: é preciso modificar o INPI.

Se esta reforma é o melhor o caminho ou não, só o tempo dirá. E você, o que acha da proposta? Deixe a sua opinião nos comentários.

Quer aprender mais sobre Direito Digital e ainda aumentar as suas vendas? Então baixe o nosso Guia Completo de Direito Digital para Negócios agora mesmo!

Deixe o seu comentário!

comentários

Advogado e Empresário. Diretor de Marketing da Agencia Professor Gama

Hey,

o que você achou deste conteúdo? Conte nos comentários.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *