À medida que o vírus COVID-19 se espalha rapidamente por todo o mundo, as informações e atualizações sobre o vírus viajam com a mesma rapidez.
De informações científicas a opiniões sobre políticas, petições, memes, vídeos e informações erradas, verificar seu telefone hoje pode parecer uma avalanche de informações.
De muitas maneiras, isso é uma coisa boa! Informações críticas sobre o fechamento de escolas, conselhos sobre distanciamento social, pacotes de apoio econômico e recursos para famílias e crianças podem ser compartilhadas rapidamente entre as comunidades.
No momento em que as coisas estão mudando tão rapidamente, a capacidade de disseminar informações de forma rápida também é essencial.
Mas quando se trata de nossa saúde mental, fica claro que o ataque quase constante de informações pode ter um preço.
Há várias coisas em nossos cérebros e no ciclo de notícias COVID-19 que podem tornar especialmente difícil desviar o olhar de nossos dispositivos e encontrar uma base sólida.
Neste artigo vamos distinguir o que é estar informado e o que é sentir-se oprimido pelo excesso de informações durante a pandemia.
COMO FUNCIONA NOSSO CÉREBRO DURANTE A CAPTAÇÃO DE INFORMAÇÕES
O cérebro é construído para buscar informações.
O sistema de busca do cérebro”Foi criado para nos recompensar por explorar, ser curioso e aprender coisas novas. Isto é uma coisa boa!
Mas isso significa que toda vez que recebemos uma notificação ou recebemos um texto, inflama o cérebro que procura e nos obriga a responder.
À medida que clicamos para saber mais, nosso cérebro nos recompensa com uma pequena dose de dopamina, a substância química do cérebro que nos faz sentir bem.
Isso pode dificultar a desconexão.
INFORMAÇÕES FOMO ( MEDO DE PERDER A OPORTUNIDADE) É REAL DURANTE UMA PANDEMIA
As coisas estão mudando tão rapidamente que quase sempre há algo novo para ler, entender e compartilhar. Ignore as notícias um dia e você poderá perder o fechamento da escola, as diretrizes de viagem ou outras atualizações importantes.
O REFORÇO INTERMITENTE AUMENTA A APOSTA
Enquanto as coisas estão mudando rapidamente, as grandes novidades não são divulgadas toda vez que verificamos nossos dispositivos.
Se fosse esse o caso, poderíamos ficar impressionados e querer nos afastar ou desligar.
Em vez disso, é mais provável que encontremos anúncios consequentes intermitentemente durante o dia, tornando mais provável a verificação compulsiva.
TEMENDO INFORMAÇÕES DE AMEAÇAS
Quando estamos ansiosos ou com medo, tendemos a prestar mais atenção às informações relacionadas a ameaças. Isso também faz sentido.
O medo nos coloca em alerta máximo por informações que consideramos essenciais para nossa sobrevivência, dizendo: “Ei! Olhe aqui!”
O desafio é que, quando prestamos atenção às informações relacionadas à ameaça, nossa ansiedade aumenta.
Isso aumenta ainda mais a nossa vigilância e atenção seletiva a informações assustadoras.
As boas notícias? Quando prestamos atenção a outras coisas, nossa ansiedade diminui.
O CÉREBRO BUSCA SEGURANÇA EM TEMPOS INCERTOS
Faz sentido que, em face de crises, procuremos segurança mútua e com nossas fontes online (especialmente se estivermos em alerta máximo).
Estamos procurando responder à pergunta: “As coisas vão ficar bem?”
O desafio do surto de COVID-19 é que, quando estamos online para responder a essa pergunta essencial, o que descobrimos é muita incerteza e ambiguidade.
Existem muitas incógnitas sobre o vírus, sua disseminação e seus impactos a longo prazo em nossa comunidade global.
Enquanto algumas pessoas podem recuar ou desconectar diante de uma ambiguidade tão avassaladora, muitas se esquivam de sua busca por segurança.
O ciclo de busca de garantias, seguido de dados ambíguos, seguido de mais buscas de garantias, pode ser difícil de quebrar.
De fato, pesquisas mostram que em face da ambiguidade, a ansiedade e a busca compulsiva de garantias frequentemente se seguem.
O QUE FAZER?
É claro que, embora a propagação do vírus seja rápida, essa emergência não chega nem perto do fim.
Em outras palavras, precisaremos nos adaptar a esse “novo normal” por meses, não semanas.
Qualquer pessoa que tenha seu próprio telefone celular ou dispositivo (isso se aplica a adultos, adolescentes e crianças) precisará encontrar maneiras de se manter informado sem ficar completamente sobrecarregado. Aqui estão algumas maneiras de começar:
FALE SOBRE ISSO
Fale em família sobre o quão difícil pode ser desconectar-se das notícias e da mídia social em momentos de incerteza.
Normalize o desejo de ser informado (e conectado), mas estabeleça os custos de informações constantes buscando a saúde mental e o bem-estar.
Pense em maneiras de apoiar um ao outro, manter-se informado e fazer pausas digitais.
NOMEIE SUAS PRÓPRIAS EMOÇÕES
Não é uma boa idéia usar seus filhos para relatar toda a sua ansiedade ou processar seus próprios cenários futuros.
Não há problema em as crianças saberem que você também está lutando com preocupações. Isso pode dar aos adolescentes permissão para ter sentimentos também.
USE E FORNEÇA FONTES CONFIÁVEIS
A desinformação relacionada ao coronavírus é galopante online.
Verifique se você e seus filhos estão usando fontes confiáveis de informação.
Os memes humorísticos são um mecanismo comum de enfrentamento para crianças e adultos.
Dito isto, confiar apenas em vídeos e memes do TikTok raramente ajuda a separar fatos da ficção e pode aumentar a confusão.
Lembre-se, porém, que as crianças costumam usar memes como uma maneira de conectar e lidar com o medo e a ansiedade.
Em vez de desligá-lo completamente, verifique se eles entendem e praticam uma boa higiene das informações e faça perguntas abertas sobre sua compreensão da crise e sua resposta emocional a ela.
DESLIGUE AS NOTIFICAÇÕES
É difícil resistir às notificações durante períodos de relativa calma e quase impossíveis durante uma crise nacional.
As notificações desviam nossa atenção de maneira confiável da tarefa em questão – seja trabalho ou crianças.
Quando se trata de estar em casa com nossos filhos, essa constante “ tecnoferência”É uma maneira rápida de aumentar a ansiedade e o conflito.
PRATIQUE A BUSCA DE INFORMAÇÕES SOBRE COMPROMISSOS
Desativar notificações não significa afastar-se de anúncios críticos.
Verificar as plataformas de notícias em seu próprio horário dá ao sistema nervoso a chance de se recuperar. Se você ou seu filho estão lutando com isso, considere designar alguém como sua “pessoa alerta” que entrará em contato com você se houver uma emergência real.
Designar essa pessoa pode ajudá-lo a relaxar.
ENCONTRE HÁBITOS DE SUBSTITUIÇÃO
É totalmente normal procurar segurança em momentos difíceis.
Se você ou seu filho descobrirem que entrar na Internet apenas aumenta a ansiedade, identifique um conjunto de hábitos de substituição que os ajudarão a se acalmar.
Este poderia ser um aplicativo de atenção plena , movendo seu corpo, brincando com um animal de estimação da família, respirando, jogando ou saindo.
PROCURE NOTÍCIAS E MÍDIAS POSITIVAS
Lembre-se, podemos diminuir nossa ansiedade prestando atenção propositalmente a coisas positivas.
Isso não significa que você deva ignorar informações críticas, subestimar a magnitude da crise ou negar a realidade.
Em vez disso, é uma maneira de ajudar a aumentar sua resiliência digital durante um período difícil.
O tempo da tela aumentará à medida que praticamos o distanciamento social.
Encontre, compartilhe e conecte-se com histórias que movem você e seus filhos.
CRIE E APLIQUE TOQUE DE RECOLHER DIGITAIS
Percorrer notícias ou memes sobre o COVID-19 ao adormecer ou pegar o telefone exatamente quando você acorda é uma receita para um sono interrompido e aumento da ansiedade.
FAÇA UM PLANO
Quando há muita incerteza sobre o futuro, pode ser útil fazer planos concretos.
Isso inclui esclarecer as etapas que você pode tomar para evitar a propagação do vírus (pense em lavar as mãos e dormir o suficiente), garantir que você tenha medicamentos suficientes e planejar o apoio à saúde mental através de compromissos virtuais, telessaúde e conexões online.
Finalmente, planeje o que você fará se alguém da sua família ficar doente para reduzir a incerteza.
FIQUE NO PRESENTE
A ansiedade é muitas vezes motivada pela antecipação do que o futuro reserva.
Este seria um bom momento para começar a cultivar práticas de atenção plena que o ajudem a permanecer no presente.
Pesquisas mostram que a meditação consciente, por exemplo, pode ajudar a aliviar a ansiedade, a depressão e até a dor.
Se a meditação guiada não é sua opção, encontre outras maneiras de se concentrar no momento.
MEDITE E PERCEBA AS COISAS AO SEU REDOR
A pesquisadora Ellen Langer argumenta que a atenção plena não precisa envolver meditação ou ioga, mas pode ser “a simples arte de perceber ativamente coisas novas”.
Aqui estão algumas idéias para você começar:
- Observe cinco coisas novas sobre seu filho hoje;
- Olhe para o rosto do seu filho e observe como ele se move à medida que demonstram emoções;
- Observe cinco coisas novas sobre seu parceiro ou amigo hoje;
- Vá lá fora e procure coisas perto de sua casa que você nunca viu antes;
- Tente algo novo (rabiscar, cozinhar) e observe como se sente;
- Observe cinco coisas novas sobre sua comida quando você a come;
- Concentre-se no que tem valor;
- A realidade é que não há um roteiro claro para esse tipo de crise. Alguns de nós terão mais experiência vivendo com incerteza, estresse e risco do que outros, mas não há receita mágica que faça nossa ansiedade pessoal ou coletiva desaparecer neste momento.
Como todos aprendemos a lidar com a incerteza, a insegurança econômica, o trabalho, a saúde mental, a paternidade e o ensino, não precisaremos apenas aprender a gerenciar a busca de informações e as notícias.
Certamente precisaremos ler as manchetes diárias para entender melhor o que está acontecendo e usar a tecnologia para se conectar com familiares e amigos.
Também precisaremos desativar as notificações de notícias, respirar fundo, perceber coisas novas ao nosso redor e dar tempo ao cérebro e ao corpo para se recuperar das grandes coisas que esse tempo exige.
Como você está passando por esse período? Conte-nos e divida sua experiência!!
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