Revolução tecnológica no agronegócio:Startups, centros de pesquisa e multinacionais atuando no campo | Gama de Medeiros

Artigos

Revolução tecnológica no agronegócio: Startups, centros de pesquisa e multinacionais atuando no campo

Professor Gama
Escrito por Professor Gama em maio 8, 2017
Revolução tecnológica no agronegócio: Startups, centros de pesquisa e multinacionais atuando no campo
Junte-se a mais de 127.133 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

Marcado pelo processo de mecanização, o agronegócio brasileiro tem sido uma das principais áreas a experimentar a tecnologia inovadora das startups agritechs.

Conheça as inovações!

Agronegócio-é-área-do-momento-para-as-startups
Agronegócio-é-a área-do-momento-para-as-startups

 

Segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio brasileiro deve apresentar expansão de 2% neste ano.

E já representa 48% das exportações totais do país.

Com dados assim, investir na área é sempre um bom negócio.

E neste processo, startups, centros de pesquisa e grandes corporações apostam na modernização das técnicas de produção no campo.

A mais recente delas foi o anúncio da automação de veículos pesados.

E o agronegócio pode ser a primeira área a experimentar a tecnologia.

Com o lançamento do protótipo de um trator do futuro autônomo, comandado por um tablet chamado Magnun.

O modelo desenvolvido pela CNH Industrial (Grupo que controla as marcas Case e New Holland).

E foi a novidade da Agrishow, uma feira internacional de tecnologia agrícola realizada em Ribeirão Preto, SP.

O evento é considerado a segunda maior feira do tipo no mundo e a maior da América Latina.

Trator sem motorista e controlado por um tablet

A tecnologia promete aumentar a produtividade e a precisão na atividade agrícola.

E foi a sensação da feira. Ele opera durante 24 horas. Isso mesmo.

O protótipo, inclui tecnologias como múltiplas câmeras e GPS.

Adicionalmente, esse novo trator usa o sistema LiDAR (Light Detection And Ranging).

Uma técnica óptica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida e consegue medir a distância em relação a um objeto distante.

O trator que dispensa o motorista pode ainda ser controlado à distância por um tablet.

A previsão de venda do veículo segundo o vice-presidente da Case América Latina, Mirco Romagnoli, é de cerca de cinco anos.

E esse prazo vai depender das regulamentações, da infraestrutura e acesso a tecnologia 3G de cada país.

Mas com a importância estratégica do Brasil no mercado agrícola mundial, Romagnoli acredita que o produto poderá chegar junto com outros países.

Preço do veículo

Conforme o executivo da Case, o grande peso no preço do veículo está centrado na tecnologia dos sensores.

Um ponto importante e que pode contribuir para a redução do valor é a isenção de cabine.

O modelo dispensa a cabine, um ítem de alto custo no trator convencional.

Romagnoli acredita que o valor não seria muito acima de um veículo atual de primeira linha.

Pois estes já vem operando com elevada automação.

“O cliente leva em conta se o custo do maquinário se paga em até três anos para determinar a compra.”

Testes do modelo

Desenvolvido nos Estados Unidos, há 4 anos, o trator autônomo já vem sendo usado em testes em plantios de milho e soja nos Estados Unidos.

No Brasil, técnicos subsidiaram a capacitação dele para o cultivo da cana.

Ele foi desenvolvido na mesma plataforma do trator convencional Magnum 380 e fabricado em Curitiba (PR).

São vendidos cerca de 500 unidades do modelo por ano, a preços que vão de R$ 650 mil a R$ 1 milhão.

Com mesmo nome, o protótipo é movido a diesel.

O tempo nas paradas para adaptações ainda não permitiu a Case obter dados de eficiência do autônomo em relação ao convencional.

Mas já estão sendo realizados novos testes no Estados Unidos com mais dois modelos.

 Um ponto favorável é que o trator autônomo pode operar 24 horas ininterruptas.

Startups e grandes corporações do agronegócio na criação de ferramentas e soluções

Agtechs-ou-agritechs-inovamo-o-setor-do-agronegócio
Agtechs-ou-agritechs-inovam-o-setor-do-agronegócio

 

Utilizando tecnologia como Big Data, monitoramento por satélite e sensores inteligentes, startups chamadas de agritechs levam inovação ao campo.

Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), atualmente 72 empresas atuam no setor conhecido como agtech ou agritech.

Com incremento de 70% em relação ao ano passado, a área tem previsão de triplicar o crescimento até o final de 2017.

De acordo com o coordenador do comitê de Agtech da  ABStartups, Maikon Schiessl.

 “O Brasil é uma potência do agronegócio.

Hoje, o agricultor é um cara high tech, mas ainda carente da inovação das startups”.

Exemplo disso é a Agrosmart, com a promessa de reduzir até 60% da água utilizada nas lavouras com irrigação.

A empresa usa sensores inteligentes no meio das plantações, meteorologia e imagens de satélite.

O potencial da ideia inovadora surgiu em 2014, com a crise hídrica na região Sudeste.

Deste período até hoje, a startup passou por dois processos de aceleração.

Um do Startup Brasil e outro do Google, e recebeu US$ 1 milhão em investimentos do Fundo de Inovação Paulista, do governo estadual.

A Agrosmart tem uma equipe de 15 pessoas sediados em Campinas.

 A localização é devida a proximidade da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde investem em pesquisas no setor.

O custo de monitoramento varia de R$ 30 a R$ 300 por hectare.

A empresa começou 2017 com 400 mil hectares monitorados.

Startups próximas da academia

Fator importante para as agritechs é estar próximos da academia ou dos polos de investimento no setor agropecuário.

De acordo com a AB Startups, 53% das empresas do setor têm, entre seus membros, pelo menos um mestre ou doutor.

“Precisamos tirar a inovação das gavetas de artigos científicos e transformá-la em negócios”, explica Mateus Mondin, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP.

Criação de centro de inovação

Situada em Piracicaba, 164 km de São Paulo, a instituição quer criar um polo de inovação onde reunirá empreendedores, investidores e produtores rurais.

“Queremos que a Esalq seja a Stanford para as startups do agronegócio”, diz Mondin.

A instituição americana foi berço para grupos como Google, Instagram e Snapchat.

Outra área do Brasil que está apostando no Agritech é o Mato Grosso.

Pensando em como fazer com que a inovação chegue ao campo,  a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) criou o Agrihub.

Ele é o ponto de contato entre empresas, investidores e produtores rurais.

“Quero que o produtor consiga descobrir a tecnologia que pode ajudá-lo encontrar um investidor.

Isso para manter a startup viva em seu processo de pesquisa e fazer contato com instituições e governos”, explica Heygler de Paula, diretor do Agrihub.

Entre as empresas associadas estão a Agrosmart e a Agronow – esta última, liderada por Antonio Morelli, ex-pesquisador da USP.

O sistema criado pela Agronow com ajuda de imagens de satélite obtém dados agrícolas de uma propriedade específica em qualquer época.

“Com um botão, sei quanto o agricultor produz, colhe e o potencial de produção que ele tem”, diz Morelli, criador da empresa em novembro de 2015.

Com duas sedes uma em São José dos Campos e outra na Argentina, a empresa tem 280 clientes e 12 funcionários.

Para acessar os dados da plataforma, é preciso o agricultor pagar uma assinatura mensal de R$ 19,90 por mês, com adicional de R$ 1 por hectare analisado.

Movimentação no setor é chamarisco para investimentos

A Monashees empresa brasileira de investimentos aplicou US$ 3 milhões na Strider em junho de 2016.

A strider, fundada há três anos, monitora mais de 1,2 milhão de hectares nas Américas e na Austrália e tem hoje 50 funcionários.

Seu sistema combina imagens de satélite, colheita de dados no campo e análise de Big Data.

E todos os dados obtidos podem ser visualizados na palma da mão, por um aplicativo para celular ou em uma plataforma online.

A empresa ainda sugere atividades para fazer no dia seguinte e melhorar o controle da plantação.

Dificuldade: validação da ideia x tempo de resposta

No universo das agritechs uma das dificuldades é o timing dos projetos.

Ou seja, toda startup agritech tem a necessidade de validar sua ideia para resolver um problema.

E isso pode levar tempo: uma ou duas safras.

Isso significa um prazo de 4 meses a um ano para confirmar se o uso da tecnologia está funcionando.

“O investidor que está acostumado com outros modelos de startup pode se assustar com o ritmo mais tranquilo das agritechs”, diz Mondin, da Esalq.

“Isso pode afastá-lo e manter as empresas por mais tempo em estágio inicial”.

Para o docente, isso reduz a velocidade dos negócios e também pode aumentar a taxa de mortalidade das startups.

Para além disso, também é preciso convencer os agricultores de que a inovação tem valor real.

“O produtor rural já tem contato com tecnologia, mas é desconfiado: nesse meio, existe muito milagre e muita decepção”, diz Paulo Vianna, da Strider.

“Apresentar uma tecnologia para o agricultor tem um custo muito maior do que mostrar um aplicativo para um jovem da cidade”, avalia Mondin, da Esalq.

Contudo, o grande retorno das startups têm sido a democratização da inovação.

Elas chegaram em todos os setores e trazem consigo grandes transformações.

Sejam elas no transporte, na hospedagem, na saúde e no agronegócio.

Tire aquela sua ideia revolucionária da cabeça e procure um investidor. Você pode ser o próximo.

 

Deixe o seu comentário!

comentários

Advogado e Empresário. Diretor de Marketing da Agencia Professor Gama

Hey,

o que você achou deste conteúdo? Conte nos comentários.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *