A Localize investiga empresas offshore, laranjas e imóveis em outras cidades. No ano passado, a startup de investigação e de recuperação de ativos faturou 5 milhões de reais.

Um negócio que passou de despachante de documentos de cartório para uma startup de investigação que “caça corruptos”. Isso mesmo! Esta é a Localize, uma startup que cresceu nada menos que 300% entre os anos de 2015 e 2016, no auge da Operação Lava Jato.
Enquanto muitas empresas caíram por causa da operação, a Localize se beneficiou fazendo um trabalho de investigação de empresas offshore, laranjas e imóveis de outras cidades.
Segundo informações da Exame.com, apenas no ano passado, a startup de investigação e de recuperação de ativos faturou cinco milhões de reais. Para este ano, planeja crescer esse valor em 30%.
Como a startup de investigação começou
O negócio foi formado por quatro sócios: Flávio Goeldner e Lucas Gouvêa (sócios-fundadores), Aldo Moscardini e Rafael Nogueira. Em 2007, Flávio e Lucas abriram uma empresa de despachante de documentos cartoriais para pessoas jurídicas.
A Localize começou sendo uma terceirizadora da burocracia, centralizando operações e despachando itens. Ela autenticava documentos, controlava o fluxo gigante de papéis e coordenava as entregas de arquivos por motoboys.
No ano de 2012, um contrato com o banco HSBC fez a empresa explodir e chegar a ter uma equipe de 70 funcionários. Então, perceberam que precisavam inovar.
“Vimos que a maioria da concorrência era muito burocrática. Entramos com a cabeça mais aberta, querendo entender as dores dentro dos bancos e corporações e melhorar o mercado”, afirma Gouvêa.
A partir de então, os empreendedores resolveram prestar um novo tipo de serviço. Além dos já tradicionais, entregavam documentos já analisados e acessíveis por meio de um portal online.
“Iniciamos esse trabalho de investigação de ativos, que é nosso carro-chefe: mostrávamos se aquele mesmo devedor, dos documentos procurados, tinha um imóvel na praia ou bens em outras cidades. Pensamos fora da caixa, indo além de uma empresa despachante de documentos”, diz Gouvêa.
O trabalho começou em 2015 com um grande relatório, que é chamado hoje de “Investigação MARC” (Mesa de Análise de Recuperação de Crédito).
Os principais clientes da startup são grandes empresas, gestoras e bancos. Essas empresas procuram investigar a vida pessoal de empresários devedores para encontrar evidências de que eles têm bens como pessoa física para pagar as dívidas de pessoa jurídicas.
Investimento em pessoal qualificado
Para fazer as análises, a startup começou a investir em pessoal qualificado, de diversas áreas. Trabalham profissionais de advocacia, execução bancária e de títulos, investigação, jornalismo e mineração de dados, entre outros.
Dois sócios entraram no negócio: o advogado especialista em recuperação de crédito Aldo Moscardini e Rafael Nogueira, que trabalhou em bancos e gestoras do mercado financeiro.
A Localize monta o perfil do devedor coletando informações, como diários oficiais; entrevistas; endereços e telefones cadastrados em nome de empresas dos investigados; fotos de famílias em redes sociais; e pesquisas cartoriais de aluguéis recorrentes e outras.
De acordo com Gouvêa, não há quebras de sigilo financeiro ou telefônico, pois todos os dados são obtidos de fontes públicas.
O relatório leva até 60 dias para ser concluído. Uma Investigação MARC custa entre 30 e 50 mil reais. Por isso, Gouvêa analisa que só vale investir se a dívida tiver um valor igual ou acima de três milhões de reais.
O ano de 2016 foi o ano crucial para consolidar o trabalho da startup. O auge da Operação Lava Jato fez o faturamento da empresa saltar 300%, indo para 5 milhões de reais.
Neste ano, a Localize já pensa em utilizar tecnologias como big data e inteligência artificial como forma de reinventar o negócio.
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