O tratado global pretende que pessoas levem estados à justiça utilizando o princípio do poluidor pagador.
Evento será no próximo sábado (03/07) em Paris. Saiba mais.

Semanas depois do anúncio de retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, feito pelo Presidente Donald Trump, cerca de 800 políticos, juristas e especialistas do mundo inteiro irão se reunir em Paris, no próximo sábado (03/07), para lançar o tratado chamado “Pacto Mundial pelo Ambiente”.
Ele pretende proteger o direito humano a um meio ambiente limpo e saudável.
Clube de juristas quer tratado Internacional
Em contraste com textos internacionais atuais sobre o ambiente, como a Declaração do Rio de 1992, o pacto mundial tem a ambição de ser “um texto oponível aos Estados.
Ou seja, que possa ser invocado contra os Estados, perante instâncias judiciais”, esclareceu o advogado Yann Aquila, do Clube dos Juristas (grupo de reflexão jurídica francês responsável pelo projeto).
“Já existem dois pactos internacionais, datados de 1966:
um sobre os direitos civis e políticos, o outro sobre os direitos económicos, culturais e sociais (…).
A ideia é fazer um terceiro, para a terceira geração de direitos, os direitos do ambiente”, explicou Laurent Fabius, ministro dos Negócios Estrangeiros da França.
Redigido sob a forma de tratado internacional, o projeto do pacto possui menos de 30 artigos e um preâmbulo.
Ele está sendo elaborado por especialistas jurídicos de vários países.
E deve eventualmente ser submetido às Nações Unidas para adoção e imposição de obrigações vinculativas para os Estados signatários, segundo os redatores.
Princípio do poluidor pagador
O projeto do pacto retoma a maioria dos princípios já adotados em outros documentos.
Entre eles estão:
- os direitos e os deveres;
- o princípio de precaução;
- o princípio de reparação e acrescentando, o princípio do poluidor pagador;
- o acesso à justiça ambiental;
- a informação, entre outros.
Os acordos anteriores – um para direitos sociais, econômicos e culturais, e o outro para direitos civis e políticos – foram adotados pela ONU em 1966.
Fabius, presidiu a conferência da ONU de 2015 que aprovou o Acordo de Paris.
Conforme ele, o novo texto deve delinear direitos e deveres.
Além de providenciar reparações em caso de violação e apresentar o princípio do “poluidor pagador“.
O que o documento tem de concreto, é que deverá permitir às pessoas, perante as instâncias judiciais, que responsabilizem os Estados.
E que seja feito com ações judiciais a fim de que adotem legislações mais concretas e protetoras do ambiente”, esclareceu Aguila.
O Direito Ambiental tem o princípio do poluidor-pagador (PPP) como uma de suas principais bases.
Ele é uma norma de direito ambiental que obriga o poluidor a arcar com os custos da reparação do dano causado ao meio ambiente.
Inserido em um contexto de preocupação crescente com o meio ambiente, o objetivo maior do PPP é fazer também que seja feita a correção ou eliminação das fontes potencialmente poluidoras.
Participantes de “peso” em Paris
Entre os participantes da reunião de sábado estarão:
- o ex-governador da Califórnia e ativista do clima Arnold Schwarzenegger,
- o ex-chefe da ONU Ban Ki-moon, e juízes de altos tribunais de vários países.
- O encerramento será feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
Após o anúncio de Trump, Macron prometeu 30 milhões de euros para financiar o trabalho de pesquisadores do clima estrangeiros em solo francês.
Grande iniciativa!
O problema destes acordos, pactos e declarações ambientais é a prática.
Há grande dificuldade e falta de interesse em fiscalizar ou atuar de forma consistente em ações que envolvem prejuízo ambiental ou impactos negativos.
Talvez dando às pessoas o direito à justiça para estas ações e amparadas por um tratado internacional como querem em Paris, as ações contra o ambiente reduzam.
O fato é que enquanto grande parte do mundo continuar pensando que o meio ambiente é parte e não todo.
O ecossistema, por mais que surjam iniciativas, está comprometido.
Mas qualquer ação está valendo. E o meio ambiente agradece!
E você! O que acha da iniciativa? Contribua. Opine!
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