Empreendedorismo das startups norte americanas | Gama de Medeiros

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Voracidade do Empreendedorismo das Startups norte americanas

Professor Gama
Escrito por Professor Gama em abril 28, 2017
Voracidade do Empreendedorismo das Startups norte americanas
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O que uma máquina de sucos produzida no Vale do Silício pode revelar sobre o empreendedorismo das startups norte americanas?

Veja no artigo.

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Juicero-e-as-deficiências-do-Empreendedorismo das Startups

A ânsia pelo novo, pelo mais avançado, pela febre em investir o capital para atuar em tecnologia tem, em muitas ocasiões, levado o Empreendedorismo das Startups norte americanas a amargar alguns escândalos.

O caso da Juicero é o mais novo exemplo disso.

A startup de mesmo nome, está situada no Vale do Silício e lançou recentemente uma máquina de fazer sucos naturais.

A proposta da companhia era criar um líquido cheio de virtudes, que poderia  ser saboreado em questão de segundos, e na comodidade do lar.

Sem ir até o shopping ou supermercado buscar.

Sem sujar os dedos com o espremedor. Sem comprar fruta que pode acabar apodrecendo.

E ela prometia. Confira!

A “Nespresso” dos Sucos

Com a promessa de ser a “Nespresso” dos sucos, a empresa oferecia pacotes ou assinatura de cartuchos de polpa de fruta para comprar.

Além dessas opções, outras vantagens e inovações faziam parte do negócio.

Ao introduzi-lo na máquina, como acontece com a tinta das impressoras, era possível verificar o prazo de validade.

Em poucos segundos o suco estava pronto, de uma só fruta ou de uma combinação de várias que poderia ser escolhida previamente.

Tudo isso sob a promessa de uma dose de vitaminas suficiente para superar as adversidades da primavera.

Siga lendo mais sobre a revolucionária máquina de sucos.

Voracidade do sistema x Sedução do investimento

A Juicero oferecia todos esses recursos para vender uma máquina de fazer sucos naturais, por 700 dólares.

Cerca de 2.200 reais. Valor esse que depois do escândalo caiu para 400.

A promessa por um melhor rendimento, se transformou numa versão inteligente do aparelho tradicional.

Essa capacidade de sedução conquistou a voracidade dos gigantes do Vale.

E obteve como fundo de investimento Alphabet (matriz do Google) e Kleiner Perkins Caufield & Byers (KPCB) as marcas que todo empreendedor deseja.

Juntas, as corporações investiram 120 milhões de dólares, ou 378,9 milhões de reais naquilo que  prometia ser o fruto do futuro.

Nossa! É muito investimento numa máquina de sucos.Será que dá para desconfiar?

Com tantas novidades e facilidades, onde estava a fraude?

A hipotética “Nespresso” dos sucos falhou nas características técnicas dos seus cartuchos.

E o suco é acondicionado numa espécie de bolsa, contendo a fruta já picada e espremida e podendo ser abertos com uma tesoura, em apenas dois minutos.

E o pior, oferecendo o mesmo resultado dentro de um copo, apenas empurrando o conteúdo com os dedos.

Outro ponto que incomodou os consumidores foram os alertas no celular para consumir os pacotes ou jogá-los fora após 8 dias.

Essa falta de cuidado e relaxamento no controle da tecnologia revela os vícios e a voracidade do sistema empreendedor.

Desculpas e constrangimento

Startup Juicero e o sistema tecnológico
Juicero e o Empreendedorismo das Startups

 

E assim como outros vexames, a mídia não poupou e durante a semana trouxe manchetes ridicularizando a criação.

Ao inventor coube as desculpas e o constrangimento. Jeff Dunn, fundador e chefe executivo da empresa, em nota no blog da Juicero trouxe:

“Não é simples ver como durante uma semana as manchetes e as críticas se voltam para um mesmo lugar.

Mas estamos aprendendo, escutando e melhorando.

Confiamos em superar a situação e manter nossa promessa de ajudar as pessoas em sua jornada rumo a um estilo de vida saudável”.

E para minimizar o escândalo, a empresa optou por recolher a máquina e devolver o dinheiro aos consumidores.

Mas a posição de Dunn, segue na linha de que a sua criação ainda faz sentido.

“Criamos o primeiro circuito seguro de alimentação que faz este tipo de pacotes, do produtor ao consumidor.

Além disso, calibramos o sabor para que sempre tenha a qualidade desejada.

Por último, temos dados conectados e trabalhamos de perto com a cadeia de suprimento.

Quando um produto tem mais de oito dias, avisamos”.

Saiba que a máquina veio de uma inspiração. Vamos à ela.

Aval da Coca-Cola e sarcasmo de sobra

Questionado sobre a origem da “ideia revolucionária”, Dunn contou ainda no blog, que o aval para a produção da Juicero veio do diretor da Coca-Cola e um apaixonado por cenouras.

A imaginação que é uma das características no Vale do Silício foi substituída pelo sarcasmo.

Onde rolam dois comentários: Que é importante saber vender, e vender para quem você conhece.

E também que os sucessos nos negócios no Vale do Silício suprem as tarefas que as mães dessa geração de empreendedores faziam antes de eles se mudarem para lá.

Eles tem entre os 19 e 30 anos e são chamados millennials.

Ou seja, jovens que questionam as regras, empreendem e se sentem autênticos mártires do seu trabalho e consideram-se indispensáveis.

Ou seja, traduzidos pelo lema: Positivismo, fé no progresso, igualdade diante de tudo, e crença cega na tecnologia, nas redes sociais e Google.

Controles relaxados pela ânsia no Empreendedorismo das Startups

A corrida para investir, a febre por colocar o capital para trabalhar tem promovido episódios ou situações em que o controle de produção acaba sendo deixado para trás.

E esse da Juicero é o mais novo no Vale do Silício evidenciando a voracidade do empreendedorismo das startups e os vícios adquiridos.

Nem sempre porque a equipe é incrível, ou porque estudaram na universidade mais conhecida ou foram os primeiros funcionários de uma empresa da moda, significa que dá para “cair investindo”.

Ou mesmo, que o excesso de criatividade tenha feito a imaginação voar, ou um dos investidores milionários fez a sua primeira aposta.

O fato é que na batalha por investir em algo inovador e rentável é preciso que haja uma pesquisa minuciosa e nem sempre altos investimentos.

Talvez se a Juicero tivesse reunido investimentos menores e não os milionários envolvidos. Quem sabe o produto fosse mais bem aceito comercialmente e acessível a outros mercados.

Em resumo, o preço por essas decisões num futuro próximo serão muito maiores. E a Juicero terá que se reinventar. Opine!

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Advogado e Empresário. Diretor de Marketing da Agencia Professor Gama

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